Como o tempo passou rápido e tanto mudou na minha vida nesses anos. Conto aqui o que aprendi na Austrália nos últimos 8 anos.

Chega a ser impossível comparar quem eu era a 8 anos atrás. Olho pra trás e mal consigo me ver mais. Cheguei na Austrália em 2010, já com tanta estrada e experiência, que só o tempo ia me mostrar que ainda tinha muito mais para aprender.

Não é fácil ser imigrante, não consigo imaginar como foi para meu avô quando ele deixou a Itália e foi tentar a vida no Brasil. Nada de internet, avião, Google, influencer. Apenas uma mala pequena em um navio, sem nenhuma ideia do destino que o esperava.

Nesses anos de imigrante aprendi muito, e hoje completa 8 anos que cheguei em solo australiano. Sendo 5 na minha amada Sydney.

O que aprendi na Austrália nos últimos 8 anos?

Difícil expressar o quanto esse país me ensinou. Todas essas lições me fizeram ser mais forte e formar a mulher que sou. Quando cheguei aqui, vivia em uma bolha. Uma vida fácil, cheia de amigos e dívidas em cartão de crédito. Mas eu dava um jeitinho.

Pois é meu amigo, a primeira lição foi a mais difícil: não há jeitinho. Não existe entrar em contato com um amigo, do amigo, da tia, da cunhada de alguém que trabalha na imigração. A regra está aí para ser seguida, seja para quem for. E se houver algum “jeitinho”, ele está bem distante de nós imigrantes.

Logo veio outra pancada, sem inglês eu não ia chegar longe. Não adiantava estar em um país e não falar o idioma local. É fundamental se misturar, sair da zona de conforto e colocar a cara a tapa, afinal conversando com seus amigos brasileiros você não vai aprender muito vai?

Hoje falo inglês com sotaque australiano. Não que eu faça de propósito ou perceba, mas todos os locais sempre riem e dizem que é engraçado ver alguém de fora com um sotaque como eles.

Não importa o seu visto, até você ter o passaporte australiano na mão, sempre terá um próximo passo a tomar. Já apliquei para dois Working Holiday Visas, visto de estudante, sponsor, visto de estudante de novo, sponsor de novo e permanência. A imigração está em constante mudança. Não adianta chorar ou espernear, apenas confiar em Deus.

Outra coisa que aprendi é que quanto mais mergulhar e me aproximar da cultura deles, mais eu me sentiria em casa. Abracei os hábitos. Em vez de colocar açúcar no abacate, agora vai sal e limão. Ainda não sou adepta ao Vegemite, mas quem sabe um dia. O mais lindo de viver em um país diferente é sair da zona de conforto e viver uma nova aventura. É exatamente isso que estou fazendo aqui.

Óbvio que sem me esquecer das minhas raízes. Não importa onde eu for, sempre serei brasileira com muito amor. Já fui tratada tão mal aqui por brasileiros que viviam aqui e achavam que eram melhores do que eu, apenas pelo fato de eu estar lavando louça e eles sendo servidos. O mundo da voltas.

Nesses 8 anos conheci muita gente maravilhosa, viajei muito e vivi uma vida que nunca pensei que ia viver. Obrigada a todos que fizeram parte dessa fase e aos que ficaram lá do outro lado do oceano torcendo por mim.

Foram inúmeros vistos, indecisões e apenas uma certeza: amo esse país como se fosse meu.

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